Brachiaria Ipyporã

BRS Ipyporã – Híbrido de Brachiaria com elevada resistência às cigarrinhas e alto valor nutritivo.

A híbrida BRS Ipyporã (“belo começo” em guarani) é o resultado de um cruzamento entre Brachiaria ruziziensis e B. brizantha, desenvolvimento pela Embrapa em parceria com a UNIPASTO. Ela forma touceiras de porte baixo, prostradas e com elevado perfilhamento basal; tem colmos curtos e delgados de alta pilosidade nas bainhas; folhas lanceoladas e eretas com pilosidade nas duas faces.

A BRS Ipyporã entra no mercado para suprir a demanda por uma cultivar de braquiária adaptada aos solos do cerrado, de alta qualidade, boa produtividade e manejo relativamente fácil, como o Marandu.

Altura de entrada e saída para pastejo:

Entrada: 30 cm
Saída: 20 cm

A BRS Ipyporã é recomendada para solos de fertilidade mediana, com saturação por base (V%) entre 35 e 40%. Ela mostrou-se bastante responsiva aos níveis de fósforo (P) no solo para produção de matéria seca total e de matéria seca foliar. Em um Latossolo Vermelho Distrófico e argiloso com 1,7 mg de P/dm³, a aplicação de 80 kg de P2O5/ ha elevou o fósforo para 2,8 mg/dm³ e a produção de matéria seca subiu de 4,7 para 8 ton/ha/ano. Embora com produções de massa menores que as cultivares Xaraés e BRS Paiáguas apresentam uma porcentagem de folhas e melhor valor nutritivo, independentemente dos teores de P no solo.

Os testes conduzidos com a BRS Ipyporã demonstraram o seu elevado grau de resistência por antibiose tanto às cigarrinhas típicas das pastagens, Notozulia entreriana e Deois Flavopicta, quanto às Mahanarva sp. e M. fimbriolata, ameaças mais recentes às pastagens brasileiras. Este novo híbrido retarda o desenvolvimento das cigarrinhas e reduz sua taxa de sobrevivência, confirmando-a como excelente alternativa para uso em áreas onde se contatam os danos causados por essas pragas.

Adequa-se bem aos sistemas de manejo rotacionado, podendo apresentar elevadas produções desde que manejada corretamente.

A recomendação para semeadura deste capim é a mesma da cv. Marandu e da BRS Piatã, 4 a 6 kg/ha de sementes puras viáveis.

A semeadura deve ser feita em solo com bom preparo, ou em plantio direto, à profundidade de 2 a 6 cm. Esse procedimento de semeadura resultará em populações de 20 a 40 plantas/m², desejável para uma boa formação da pastagem.

Produção média estimada: cerca de 8 a 15 toneladas de matéria seca/ha/ano e composição de 9 a 11% de proteína bruta na matéria seca.

Os animais nos pastos de BRS Ipyporã apresentaram maiores ganhos médios diários em relação àqueles mantidos na cv. Marandu.

Ao proporcionar um elevado ganho diário por animal, a BRS Ipyporã contribui para reduzir a idade ao abate e, como consequência, obtém-se carne de melhor qualidade e com menor emissão de gases do efeito estufa. Pode ainda ser recomendada para as categorias de exigência nutricional mais elevada, tais como bezerros desmamados e vacas no terço final da gestação ou em lactação.

O primeiro pastejo pode ser dado aos 50 – 60 dias após a emergência das plantas. Este primeiro pastejo é importante, pois possibilita um melhor aproveitamento da forragem, estimula o perfilhamento basal e facilita o manejo da pastagem.

Para colheita mais eficiente e de forragem com melhor valor nutritivo, deve-se usar o pastejo rotacionado, com descanso variável determinado pelas alturas de entrada até 30 cm (altura pré – pastejo) e altura de saída de até 15 cm (altura pós-pastejo).

Visando uma pecuária mais rentável, de ciclo mais curto e com menor impacto ambiental ou a alimentação de animais de categorias mais exigentes, a BRS Ipyporã é uma ótima alternativa para a diversificação dos pastos nas regiões do cerrado.